27 de mai. de 2012

Recordar é viver: Cruzeiro 5 x 0 Estudiantes

Era uma revanche para os cruzeirenses, mas foi tão fácil que nem pareceu. No reencontro com o Estudiantes (ARG), algoz da Libertadores de 2009, o Cruzeiro não deu chances aos argentinos e aplicou uma sonora goleada: 5 a 0.


Com a Arena do Jacaré sendo um caldeirão, a pressão começou antes mesmo da bola rolar. Ao soar o apito, a Raposa massacrou o adversário e logo no primeiro minuto marcou com Wallyson, que também seria o responsável por fechar placar, no segundo tempo. A noite, no entanto, era de Montillo, que marcou duas vezes e ainda deu uma linda assitência para Roger.

Em campo, quase não se viu os carrascos de dois anos atrás. Verón, Braña, Gastón Fernández e seus companheiros pouco produziram, o que facilitou, e muito, a tarefa cruzeirense. Com a vitória, a Raposa soma seus primeiros três pontos no grupo 7 da Libertadores, e fica ao lado do Deportes Tolima, da Colômbia, que venceu o Guarani (PAR) na estreia, mas leva vantagem nos critérios de desempate.

Massacre celeste

O Cruzeiro começou o jogo com tudo e com menos de um minuto já se colocou à frente no placar. Em jogada pela esquerda, Wellington Paulista tocou para Wallyson na entrada da área. O estreante em Libertadores não sentiu a pressão, abriu espaço e chutou de perna direita. A bola desviou em Ré, ganhou altura e encobriu o goleiro Orion, morrendo no fundo das redes. Cruzeiro 1 a 0.

A primeira boa chegada do Estudiantes foi ao seis minutos. Após cobrança de falta na área, a bola sobrou para Federico Fernández, que cabeceou na direção do gol, para defesa firme de Fábio. Dois minutos depois o goleiro celeste deu um susto na torcida. O arqueiro deixou a área para cortar lançamento longo na ponta direita do ataque argentino, mas acabou entregando a bola nos pés de Verón, que chutou de primeira, na direção do gol. No entanto, Henrique apareceu na hora certa e fez o corte de cabeça, salvando o Cruzeiro.

Nos minutos seguintes a Raposa não conseguiu encaixar seu jogo e cedeu espaços para o adversário, que trabalhava a bola com qualidade, mas sem levar grande perigo à meta do capitão celeste.

Aos 18, a estrela de Montillo começou a brilhar. Em contra-ataque rápido, o argentino aplicou belo drible em Braña, que ficou caído no chão, e fez longo lançamento para Roger na ponta esquerda. O camisa 17 recebeu a bola, limpou Verón com facilidade e bateu com a perna direita, da entrada da área, no cantinho direito de Orion, ampliando o marcador. Na comemoração, Roger saiu mandando beijos para sua esposa Deborah Secco, que prestigiava a partida no estádio.

'La Brujita' respondeu no minuto seguinte, em chute forte de fora da área, que Fábio, com segurança, espalmou para o lado. Aos 20 minutos Wallyson recebeu bola longa de Roger pela direita, tentou invadir a área em jogada individual, mas se chocou com Nelson Benítez e foi ao chão. O árbitro mandou o jogo seguir.

Na sequência, duas jogadas rápidas do argentino Montillo quase resultaram em gols. Na primeira, ele puxou contragolpe sozinho, invadiu a área pela direita e chutou cruzado, mas Orion conseguiu fazer a defesa. Depois, o camisa 10 celeste recebeu passe em profundidade de Wallyson e finalizou por cobertura, em lance parecido com o gol que marcou contra o Flamengo, na Libertadores de 2010, mas desta vez a bola foi pela linha de fundo.

Mas a noite era de Montillo. Aos 39 minutos, Roger recebeu lançamento pela ponta esquerda e cruzou rasteiro, na medida para Montillo, que se antecipou à Ré, driblou o goleiro Orion e tocou para o gol vazio. Um golaço e festa na Arena do Jacaré.

Segundo Tempo

As duas equipes voltaram sem modificações na segunda etapa e o Estudiantes teve as primeiras oportunidades. Primeiro, Nelson Benítez arriscou chute da intermediária, mas pegou mal na bola, que foi direto pela linha de fundo. Depois, Pérez invadiu a área pela esquerda e conseguiu o cruzamento fechado, mas Fábio segurou firme.

O início da segunda etapa foi bastante nervoso, com três cartões amarelos distribuídos. O primeiro para Desábato, que fez falta no meio-campo, depois para Henrique, por reclamação, e por último Nelson Benítez, também por infração cometida. O clima ficou ainda mais pesado quando um torcedor do Cruzeiro atirou um chinelo no gramado, que pode prejudicar o próprio time na sequência da Libertadores.

O gol mais bonito da noite, entretanto, ainda estava por vir. Aos 14 minutos, Gilberto tentou passe para Wellington Paulista dentro da área e a defesa argentina cortou mal. Montillo, da meia direita, pegou de primeira, sem deixar a bola cair no chão, e acertou um foguete, que Orion não conseguiu segurar: 4 a 0 para a Raposa.

Aos 20 minutos Gilberto, cansado, pediu substituição e Diego Renan entrou em seu lugar. O veterano foi muito aplaudido pela torcida do Cruzeiro, que não estava contente com suas últimas atuaçõas. No lance seguinte, sob os gritos de 'olé' da Arena do Jacaré, o Cruzeiro trocou passes com calma pelo campo, até que Marquinhos Paraná enfiou bela bola para Wallyson, que recebeu dentro da área e finalizou pela linha de fundo.

E a festa continuou nas arquibancadas, com a torcida celeste gritando o nome do treinador Cuca. Em seguida, foi a vez de Roger ser substituído, também sob aplausos dos torcedores.

Aos 28 minutos, Victorino se desentendeu com Gil e não cortou a bola, que ficou limpa para Enzo Pérez. O argentino invadiu a área pela direita e chutou forte, mas Fábio rebateu. Na sequência, Pérez insistiu na jogada individual, mas foi desarmado por Diego Renan.

Três minutos depois, Wellington Paulista fez bom lançamento na direita para Wallyson, que invadiu a área, passou como quis por Ré, mas chutou por cima do gol. Foi a última participação de Paulista na partida, pois aos 32 ele foi substituído por Thiago Ribeiro.

E a entrada do velocista rendeu frutos. Aos 37 minutos, Thiago avançou com muita velocidade pela direita e cruzou rasteiro para a pequena área. Braña tentou cortar, mas se enrolou com o goleiro Orion, e a bola ficou limpa para Wallyson, que só teve o trabalho de empurrar a bola para o gol vazio.

Depois do quinto gol, com a alma lavada, restou ao torcedor do Cruzeiro esperar pelo apito final, gritando 'olé' a cada toque que a equipe celeste dava na bola.

Cruzeiro 5 x 0 Estudiantes (ARG)

Estádio: Arena do Jacaré, Sete Lagoas

Data/Hora: 16/02/2011 / 22h (de Brasília)

Árbitro: Carlos Amarilla (PAR)

Auxiliares: Milcíadis Saldívar e Carlos Cáceres (PAR)

Público/Renda: 10.955 pagantes / R$ 377.266,50

Cartões amarelos: Wellington Paulista, Marquinhos Paraná, Henrique, Gil (CRU); Rodrigo Braña, Desábato, Nelson Benítez, Federico Fernández (EST)

Gols: Wallyson (1'/1ºT) e (37'º2ºT), Roger (18'/1ºT), Montillo (39'/1ºT) e (14'/2ºT)

Cruzeiro: Fábio; Pablo, Gil, Victorino e Gilberto (Diego Renan, 20'/2ºT); Marquinhos Paraná, Henrique, Roger (Dudu, 25'/2ºT)e Montillo; Wallyson e Wellington Paulista (Thiago Ribeiro, 32'/2ºT).

Técnico: Cuca

Estudiantes (ARG): Orion; Mercado, F. Fernández, Desábato e Ré; Braña, N. Benítez, L. Benítez (Núñes, 12'/2ºT)e Verón; Pérez e G. Fernández (López, 35'/2ºT).

Técnico: Eduardo Berizzo