19 de mai. de 2012

[Especial] PÓS-JOGO - Cruzeiro 6 x 1 Atlético-MG

O desespero da torcida do Cruzeiro, que havia comprado os 18.500 ingressos disponíveis logo no primeiro dia, durou somente até a bola começar a rolar, neste domingo, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Obrigado a vencer para evitar o rebaixamento, sem depender de outros resultados, o time celeste não deu nenhuma chance ao rival Atlético-MG e construiu a goleada, por 6 a 1. Ao final da partida, os jogadores cruzeirenses choraram e comemoraram muito. Montillo, que não jogou por estar suspenso, entrou em campo para celebrar com os companheiros.



O jogo foi definido ainda no primeiro tempo, vencido por 4 a 0 pelo Cruzeiro, que teve em Roger o seu grande destaque. A torcida celeste, única no estádio, por questão de segurança, vibrou como nunca tinha feito com o seu time durante a competição em que fez fraca campanha. O Cruzeiro conseguiu apenas a terceira vitória no returno do Brasileiro e a 11ª em toda a competição, chegando aos 43 pontos e terminando o Brasileiro, com apenas dois a menos que o time atleticano.
Depois de garantir sua permanência na Série A do Brasileiro, com a goleada sobre o Botafogo, por 4 a 0, domingo passado, também na Arena do Jacaré, o Atlético tinha como motivações a possibilidade de rebaixar o arquirrival e conseguir a vaga à Sul-Americana, uma espécie de consolo. Com as vitórias de Atlético-GO e Bahia sobre América-MG e Ceará, respectivamente, o time atleticano ficou fora da competição internacional.
O Atlético-MG existiu na primeira etapa, quando o Cruzeiro sobrou em campo, comandado pelo meia Roger, substituto do suspenso Montillo e um dos mais criticados pela torcida celeste nos últimos jogos. Além do argentino, a equipe mandante não tinha Fábio e Marquinhos Paraná, substituídos por Rafael e Léo, com Naldo na zaga.
O Atlético-MG só não teve Neto Berola, também suspenso. No lugar dele, Cuca, que comandou o adversário nas cinco rodadas iniciais, colocou Carlos César no meio. Ainda no primeiro tempo, o treinador passou Carlos César para a lateral direita, colocando Magno Alves, mas não ameaçou o domínio celeste, que construiu a vitória nos 45 minutos iniciais e administrou na etapa final, chegado ainda ao quinto e sexto gols. O Atlético ainda marcou o chamado gol de honra.
O primeiro tempo começou com muito nervosismo dos dois lados. O resultado disso foram divididas com força e muitas faltas nos minutos iniciais. Alguns desentendimentos aconteceram entre os atletas. Pierre, por exemplo, reclamou de uma cotovelada que teria sido dada por Charles. Os cruzeirenses não ficavam atrás e reclamavam insistentemente da arbitragem do carioca Marcelo de Lima Henrique.
Catimba e provocação à parte, o time celeste, obrigado a vencer, dominava a partida, com marcação forte e saída em velocidade para o ataque. Apesar disso, foi o jovem goleiro Rafael, substituto de Fábio, que fez a primeira intervenção, em cruzamento de André. No contra-ataque, Anselmo Ramon sofreu falta, batido pelo zagueiro Victorino, que obrigou Renan Ribeiro a defender.
E aos 9 min, Roger abriu o marcador, que entrou na vaga de Montillo, completando boa jogada de Anselmo Ramon, pela direita. O gol sofrido enervou ainda mais os atleticanos, que não conseguiam articular jogadas ofensivas. O Cruzeiro, por sua vez, pressionava e teve chances para chegar ao segundo gol que tranqüilizaria ainda mais o time.
Na metade do primeiro tempo, o Atlético-MG teve ligeiro crescimento em campo e criou duas jogadas seguidas. A primeira com o improvisado lateral-direito Serginho pela direita, mas a bola ficou fácil com Rafael. Aos 24 min, foi a vez de Fillipe Soutto, que fez boa jogada individual, mas finalizou para fora, com perigo.
O Cruzeiro não perdoou e, aos 28 min, fez 2 a 0. Roger sofreu falta de Serginho e cobrou na cabeça de Leandro Guerreiro. A torcida cruzeirense  não parou mais de comemorar gols. Aos 33 min, um minuto depois de Cuca tirar Serginho e colocar o atacante Magno Alves, Anselmo Ramon colocou a bola debaixo das pernas de Renan Ribeiro e fez o terceiro. O quarto gol saiu aos 45 min, com um chute de longe de Fabrício.
“Entramos com um pouco de sono e não pode, é clássico, não se pode começar da maneira que estamos, foram quatro chutes e quatro gols, mas tem mais 45 minutos”, comentou o atacante Magno Alves. Leandro Guerreiro, do Cruzeiro, ressaltou a pegada e determinação do time celeste. “Entramos determinados, como se fosse o último jogo da nossa vida, o jogo mais importante em 90 anos do clube. Por isso, estamos botando toda alma, todo sangue, toda determinação dentro de campo”, enfatizou o volante.
No segundo tempo, o Cruzeiro voltou mais recuado. O Atlético-MG, no entanto, não ameaçava o adversário. Bastou a equipe atacar um pouco para fazer mais um gol. O quinto saiu aos 11 min, quando Roger fez grande jogada pela direita e cruzou. Wellington Paulista, de cabeça, marcou, o zagueiro Leonardo Silva tirou a bola, mas a arbitragem considerou que havia entrado. Quatro minutos depois, Réver marcou para o Atlético.
Com o jogo decidido e a permanência cruzeirense garantida na Série A, por seus próprios méritos, independente de qualquer outro resultado, a partida caiu muito de ritmo. Só não diminuiu a tensão entre os atletas, que se estranharam muito. O zagueiro Werley, que havia substituído Leonardo Silva, contundido, e o atacante celeste Wellington Paulista foram expulsos. O time celeste ainda fez o sexto gol, por meio de Everton. A festa foi ainda maior para o torcedor cruzeirense, que respirou aliviado.

UOL